terça-feira, 26 de abril de 2011

Éramos 10


Já dizia Isaac Asimov “Na vida, ao contrário do xadrez, o jogo continua após o xeque-mate”. Olhando a recente polêmica em torno  da Câmara Municipal de Fernandópolis, me pergunto se os nobres edis estão pensando como em um jogo de xadrez, ou se preparando para as cobranças de um xeque mate, que resultará em arranhar a imagem, já tão desgastada dos mesmos, para o pleito de 2012.
Cabe a população de Fernandópolis assistir de camarote, ou em um lugar privilegiado, até mesmo porque, as costumeiras sessões da Câmara Municipal são caracterizadas pela falta de público. Então, local não irá faltar.
Assim,  Fernandópolis aguarda o embate em que será decido sobre o aumento, ou não, do número de cadeiras para novos vereadores na Câmara.
Entendo a necessidade de termos vereadores atuantes, lutando, fiscalizando e colaborando, junto ao Executivo, por nossas necessidades em toda esta grande cidade, que embora caminhe  atualmente de braços dados com o desenvolvimento, ainda possui  suas necessidades.
Mas já temos 10 vereadores, atuantes, correto?  Esses 10 vereadores não possuem gabinete próprio ou uma sala adequada para atender as revindicações dos munícipes, não checam e-mails do site da Câmara, não postam ações diárias em redes sociais, tão comum a políticos plugados com o futuro, uma presidência que mantêm a tradição de  gestões pontuadas e gerenciamento de custos e não investir em melhorias para a Câmara Municipal e para a cidade.
Tristemente enquanto a cidade cresce á olhos vistos, tendo a frente a gestão firme de Vilar, a Câmara permanece estagnada na contra-mão do crescimento por depender de uma gestão que mais lembra princípios de poupança de uma agencia bancária com metas ao final do ano. Ou seja, Fernandópolis perece por ter sempre à frente de sua presidência do legislativo edis que mantêm o firme princípio de economizar para devolver aos cofres públicos ao invés de investir no crescimento e atuação da Câmara que é de Fernandópolis e de mais ninguém.
Nobreza devolver aos cofres, mas tarefa igualmente nobre seria investir na infra-estrutura da Câmara, na comunicação, em  bancos de dados, em vídeos das sessões, reuniões com lideranças, material de esclarecimentos aos município, dos direitos e deveres de cada cidadão,  para que a mesma esteja mais atuante frente à sua população.
E para que investir em novos, se o trabalho com os 10 já se mostra muito difícil. No mês passado como editora da Revista Mega solicitei por intermédio de ofício à presidente da Câmara Municipal, Creusa Nossa, um relatório com os projetos de um vereador, a idéia era formalizar matéria sobre o trabalho desenvolvido até a data.
O tempo de espera ultrapassou o prazo de  quinze dias, praxe em respostas de ofício, e só me foi entregue 23 dias após, um simples anexo por email sem destinatário e sem as formalidade de um ofício vindo de um dos Poderes da cidade. No mínimo o ofício deveria vir em papel timbrado, endereçado a redação, direcionamento por pronome de acordo com o cargo ocupado pelo solicitante, e um protocolo de data e hora da entrega do documento.
Confesso que me senti profundamente entristecida, primeiro pelo descaso, pelo demora, pela forma como um arquivo em Word foi-me entregue, apenas como email e não como documento oficial, como foi protocolado o da revista MEGA, respeitando a instituição, e principalmente, por sentir que o ofício foi um incomodo para o legislativo, que prima pela transparência, ter que mostrar o trabalho de um vereador, o que deveria ser motivo de orgulho.
Dentro do  conceito exteriorizado, até a data pela presidente, de economia com cortes de despesas,  mais vereadores causariam grande tumulto não só na única mesa que se têm para multi-atendimento ao público, como o trabalho de assessores que terão um volume aumentado em 50%.