Vilar , e a política de pão e circo
O erro de alguns políticos de
nossa região, mais precisamente em Fernandópolis é que eles leem muitas
histórias de conto de fadas e isto os leva a reescreverem uma realidade
para a população da forma mais inverossímil possível.
Para realizar um sonho cotidiano da sua
utopia encantada apostam em um desenvolvimento para todos que não se
tornou nítido os olhos da população, e alegam que muito fizeram pela
cidade afim de coloca-la nos trilhos do desenvolvimento.
Esquecem que ao ocupar uma função
pública possuem, por obrigação, realizar um trabalho eficiente, transparente e
que promova o real desenvolvimento.
Agem como verdadeiros campeões, exigindo
aplausos por conseguirem trazer e realizar na cidade o trabalho já esperado
quando o eleitor lhe deu o voto. Na esperança de grandes realizações.
Zombam de nossa inteligência e
alardeiam com orgulho, aos quatro ventos, quando conquistam emendas ou
convênios que muitas vezes nem sairão do papel, como tantas que já aplaudimos,
fotografamos e não chegou ainda. Que diga o provedor da Santa Casa.
Pior, esses recursos são nossos,
que saíram dos nossos bolsos, dos impostos gerados por nós fernandopolenses, ou
virão do estado pelos impostos estaduais que também pagamos. Comemorar o que?
E se tem algo que me tira do
sério, e imagino que também para a maioria das pessoas, são as famosas faixas
espalhadas pelas avenidas da cidade falando que a população agradece ao prefeito,
agradece a fulano e sicrano.
A população é grata sim, porque elege um
gestor para este objetivo, mas imagino que não precise onerar nossos recursos
públicos com faixas que são demonstração clara de politicagem e bajulação
desnecessária. A população não agradece coisa nenhuma. É obrigação.
Neste ano político o cenário vai
ser uma verdadeira luta de gladiadores, e a antiga política romana de pão
e circo se fará valer novamente.
O “panem et circenses”, era um simples
método romano que consistia na realização de lutas de gladiadores, aliado a
distribuição de alimentos, distração para evitar a necessidade de se rebelar
por uma qualidade de vida e melhores oportunidades. Foram feitas tantas festas
para manter a população “feliz”, que o calendário romano chegou a ter 175
feriados por ano.
Em nossa realidade á tão esperada
EXPÔ e as festejadas inaugurações são a nova política de pão e circo, para
esquecermos que o progresso e a tão esperada e anunciada ZPE ficassem apenas
nas historinhas de ninar.
É fato que todos adoram a EXPÔ, é uma
tradição e uma obrigação que a gestão atual se mobilize e seja parceira junto a
uma associação para sua realização atendendo o anseio da família
fernandopolense, como determina a lei.
Com a finalização desta EXPÔ, que
teve o bônus de ter sido uma grande festa, com uma agenda de shows
como nunca se viu na história de Fernandópolis unindo em um mesmo palco, de
forma emocionante, grandes nomes do cenário sertanejo de uma forma totalmente inovadora, um formato que deve ser copiado pela região.
Mas teve também seu ônus já que
não agradou uma parcela da população devido os altos preços de bebidas, comidas e
estacionamento, além do já esperado valor do ingresso, cabe a reflexão para a comissão se alinhar
para o próximo ano, críticas nem sempre são para denegrir, mas também uma
oportunidade de melhorar e dar á população as mudanças exigidas para um formato
que não foi bem aceito.
Até
mesmo nos dias gratuitos o alto custo com consumo alimentar e
estacionamento tornou um tanto inviável para que as famílias das classes C e D,
antigo público de outras edições, fossem mais de uma vez á EXPÔ.
Findada a festa, o prefeito Vilar e
possível candidato a reeleição colheria os frutos, mas tristemente, já constata
uma outra realidade.
O prefeito não soube elaborar com
maestria nem mesmo a antiga política do pão e circo, não capitalizou para si
como gestor público a força de uma grande festa como a EXPÔ de Fernandópolis,
ao contrário do primeiro ano de seu mandato onde tinha um espaço nobre para
receber empresários, aliados, futuros investidores e políticos convidados que
angariariam recursos para a cidade e para a festa do próximo ano, ficou
encolhido em um camarote pequeno e familiar.
Com a companhia de poucos secretários
não emplacou como anfitrião, e passou ainda a impressão de estar
perdido, de ser mais um fernandopolense a visitar a EXPÔ, ao invés do gestor
esperado.
Alguns prefeitos, empresários, vieram e
voltaram sem entender a logística de como uma cidade que deveria estar
caminhando á passos largos para o desenvolvimento, têm um gestor tão apagado na
comemoração dos seus 73 anos.
Cabe a nós a reflexão se esta falha de
assessoria, de gestão, já não é um claro sinal que talvez nem mesmo Vilar
esteja acreditando que terá o reconhecimento nas urnas, pois neste momento vai
ter que oferecer muito mais que continuidade, teria que oferecer o
desenvolvimento anunciado, já.
A política de continuidade geralmente é
muito propícia á uma cidade que necessita de desenvolvimento, tendo em
vista que , como em um jogo de futebol não é preciso escalar um novo time, o
entrosamento já existe, mas devemos ver que como neste esporte, não se mexe em
time que está ganhando, já em time que está perdendo e o qual não
consegue manter nem mesmo a parceria nem do seu vice prefeito e nem de alguns
secretários, já é outro caso.
Muitas inaugurações virão e como de
hábito a maioria da população não irá até lá, apenas secretários, aliados e
aquele grupo pequeno empenhado na difícil missão de elevar a desgastada imagem
de Vilar. Vem o AME, vem o Lucy Montoro. E a ZPE? Vilar vai também a China
negociar. Dará tempo? Ou a viagem é apenas uma estrtaégia de marketing para
pedir ao povo que deixe-o continuar negociando?
Não digo que Vilar não trabalhou, não
fez por Fernandópolis, apenas em minha opinião faltou muito do que foi
anunciado e também, que foi esperado muito mais.
E vai ser necessário muito pão e circo
para apagar de nossa memória as promessas que a cidade aguarda.